- Foto: Marlon Tavoni/EPTV

Começa a valer, hoje, a determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proíbe a comercialização de álcool líquido 70% em supermercados, farmácias e outros estabelecimentos no Brasil. Por causa de sua alta inflamabilidade, a venda do produto era proibida há mais de 20 anos no país, mas foi flexibilizada pela Anvisa na pandemia da Covid-19. A proibição não afeta o álcool gel 70%, que continua sendo comercializado.
Em 2020, quando o acesso ao álcool 70% foi liberado para o público em geral, ele se tornou uma das formas de evitar a propagação do coronavírus. “Essa normativa da Anvisa caducou, na verdade, em dezembro de 2023, mas então eles deram mais tempo de comercialização, até o dia 30 de abril, para que as empresas conseguissem zerar os seus estoques”, lembra o farmacêutico Rodrigo Fernandes.

E para os estabelecimentos que não conseguiram vender todo o estoque, o caminho é o da negociação com as distribuidoras, como já tem feito a Farmácias MultMais do bairro de Pau da Lima, onde Rodrigo é farmacêutico. Dada a proibição da venda, a devolução do álcool líquido 70% gera crédito para adquirir outros produtos.

“Acho que ficar passando álcool na mão foi o principal hábito da pandemia que ficou com muita gente até hoje. Não é sempre que a gente acha água e sabão nos lugares que vai, não é? Então ter a garrafinha com o álcool na bolsa é algo muito prático quando a gente vai comer algo na rua, por exemplo. Não vivo sem”, afirma a dona de casa Andrea Sousa.

Já o vendedor Marcos Santana sempre teve suas preferências na hora de afastar os vírus e bactérias, preferindo o álcool líquido desde o início da pandemia. “Minha esposa até comprou uns frasquinhos para mim, mas não gosto daquela sensação grudenta que ele deixa na mão. Ainda tenho garrafa com o 70% líquido em casa o suficiente para durar uns meses, já que uso bem menos que na época da pandemia. Com essa proibição, caso eu sinta necessidade, o negócio vai ser procurar outras porcentagens em líquido, né?”, aponta ele.

Entre as opções disponíveis no mercado, o farmacêutico Rodrigo Fernandes explica que o hipoclorito (água sanitária) diluído em água, é uma boa opção para substituir o álcool líquido 70% na limpeza de superfícies, enquanto a dupla água e sabão segue sendo a melhor para a higiene das mãos.

“A água sanitária tem uma eficácia muito grande por ser antisséptica e germicida, eliminando as bactérias das superfícies. Já para a higiene das mãos, além do álcool em gel, sabão e água funcionam muito bem. Hoje, já é possível encontrar no mercado sabonetes com clorexidina em sua base, um antisséptico muito eficaz”, explica.

Além do hipoclorito, a Anvisa lista uma série de compostos químicos que, se presentes na quantidade correta nos produtos de limpeza, são uma boa alternativa ao álcool 70% para a faxina de casa. São eles: alvejantes contendo hipoclorito (de sódio, de cálcio) a 2-3,9%; Iodopovidona (1%); peróxido de hidrogênio 0,5%; ácido peracético 0,5%; quaternários de amônio como cloreto de benzalcônio 0,05%; compostos fenólicos e desinfetantes de uso geral com ação contra vírus.


fonte: Atarde


Anvisa proíbe o comércio em supermercados, farmácias e outros estabelecimentos